Da vida religiosa da comunidade:

Quando da criação da paróquia de Nossa Senhora da Saúde, em 22 de outubro de 1885, a comunidade contava somente com uma pequena capela dedicada à devoção de Bom Jesus da Cana Verde e que para aquele momento atendia as necessidades dos nativos e dos poucos turistas que já frequentavam a cidade para banhar-se nas águas com propriedades medicinais.
A primeira imagem de Nossa Senhora da Saúde vem através da doação de um turista português chamado João de Souza Belém, que veio a cidade banhar-se nas águas, a fim de combater um reumatismo e que ao retornar a seu país encomenda uma imagem da Virgem da Saúde e a envia a pequena comunidade, como sinal de gratidão pela sua cura. Desde o século XVI já havia uma forte devoção dos portugueses por Nossa Senhora da Saúde, pois, naquela época, Portugal foi assolado por uma peste que matou mais de 600 pessoas por dia somente na cidade de Lisboa e devido às preces e procissões homenageando a Virgem desenvolveu-se o título de Nossa Senhora defensora da Saúde.

Da Construção da Igreja Matriz:

Em 1905, o bispo da Diocese de Pouso Alegre, Dom João Batista Nery que na época cuidava da paróquia, visitando o povoado de Poços de Caldas verificou que as condições para atender os religiosos da paróquia de Nossa Senhora da Saúde eram precárias, tendo em vista, que havia somente uma pequena capela dedicada à devoção de Bom Jesus da Cana Verde. Deste modo, o bispo recomendou à comunidade local pela construção de uma igreja, mais ampla e mais confortável para os religiosos, estimulando os nativos da cidade a pedirem donativos aos turistas, durante o período das águas que era de março a setembro, além da realização de bingos, quermesses e leilões.
Criou-se, no mesmo ano uma comissão para administrar este novo objetivo, que distribuiu atividades a todos, angariando fundos. Resolvendo então que a nova igreja seria construída no campo santo da cidade, o antigo cemitério localizado onde está a atual matriz, sendo então removidos os ossos e aplainou-se o terreno.
O início da construção da igreja de Nossa Senhora da Saúde se deu com o lançamento da pedra fundamental, na data de 22 de agosto de 1908 pelo cônego João Batista César e em 21 de setembro de 1913 deu-se a bênção inaugural, pelo padre Leo Lem.
Em 1914 foram terminados: o coro, os capitéis das colunas, a pintura do teto e o reboco das paredes externas, enfim, os detalhes característicos da construção. Faltando ainda a fachada da igreja com o campanário que foram arrematados em 1915 pelo Coronel Honório Dias. O Conde Prates fez também a doação de 04 (quatro) sinos. Aos poucos foi finalizando os adornos, com doações de santos e objetos cerimoniais, até que em 07 de setembro de 1920, finalmente é inaugurada a nova matriz.
Essa construção seria útil somente até 1937, quando de sua demolição para a construção da atual basílica.

A construção da Basílica:

Em 1937, com o forte crescimento da cidade, percebeu-se que a pequena igreja, já não mais comportava toda a comunidade, além dos turistas que frequentavam a cidade para seus tratamentos de saúde.
Estando sob a orientação do Vigário Monsenhor José Faria de Castro inicia-se a demolição da antiga igreja e construção da Basílica de Nossa Senhora da Saúde, sendo considerada uma construção moderna para época e que impressionava pela grandiosidade.
A totalidade da obra foi realizada somente com recursos da comunidade entre doações, festa, quermesses, bingos e leilões.
Fez-se então uma linda construção com arquitetura mesclada entre os estilos: gótico e românico. Românico, devido às características do referido período, onde as Basílicas, antes do reconhecimento do catolicismo como a religião oficial do império romano, tinha como sinais uma nave central retangular e alta, circundada por espaços menores e mais baixos que o da nave central e janelas altas chamadas de clerestório. Essas janelas possuem a características de se localizarem em locais altos e principalmente por serem pequenas o suficiente para a ventilação e iluminação, justificando essas características do período das invasões bárbaras, onde a comunidade que vivia em torno das igrejas as utilizavam para seus refúgios quando das invasões. Assim, o clerestório trazia ventilação e iluminação e as flechas que eram atiradas perdiam o alvo e não acertavam ninguém que estivesse dentro da igreja. Quanto às características góticas, podemos perceber, principalmente pelos vitrais, localizados nos altares laterais. Passado o período das invasões barbaras não havia mais a necessidade de clerestórios, havendo liberdade para que as igrejas aumentassem em muito o tamanho das janelas, ampliando a ventilação e, principalmente dando cores através da luz que atravessava os vitrais coloridos da época.
Assim, com símbolos, o prédio da Basílica conta a história do desenvolvimento da comunidade cristã no ocidente.
O altar central é dedicado à Nossa Senhora da Saúde, e os laterais dedicados a São José e ao Sagrado Coração de Jesus. O prédio é totalmente revestido de tijolinhos e pedra em sua parte externa.
A inspiração veio de um projeto de uma igreja francesa, com formato de cruz e foi finalizada em 17 de outubro de 1947, onde na celebração de inauguração esteve presente o Governador do Estado de Minas Gerais Juscelino Kubistchek que doou um carrilhão de sinos para a igreja.
Ressaltamos que em 02 de agosto de 1948 a Paróquia recebeu o título de Basílica Menor, sendo na época poucas igrejas terem sido elevadas a dignidade de Basílica mais ainda no interior do Brasil. Sua Dedicação foi realizada em 30 de outubro de 1954 durante a missa presidida pelo Em.mo. Sr. Cardeal Dom Jayme de Barros Câmara.
Em 1994, o templo da Basílica foi tombado pelo Conselho de Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico de Poços de Caldas, através do Decreto Municipal nº 5564/94, devido as suas características peculiares.